Durante todo meu percurso escolar participei da pedagogia tradicional de ensino, logo no meu primário estudei na escola X , localizada no sítio onde eu morava, lá pude aprender vários conceitos, mas que na realidade era apenas uma utopia revestida pelos professores, pude perceber várias vezes que os professores desta escola buscavam apenas nossa aprovação de série para se livrarem daquela turma e o próximo professor do outro ano fizesse o impossível para tentar adequar aquela turma ao grau de ensino requerido, só que isso ia sendo repetido por inúmeras vezes de um professor para outro “empurrando com a barriga”.
Logo em seguida a partir da 5ª série ainda continuei no mesmo colégio, e cada vez mais as perspectivas de ensino diminuindo, onde priorizavam muito as notas dos alunos como caráter definitivo para aprovação, além de ter aquele empurrão dos professores para se livrarem daquela turma e no próximo ano aquele professor poder já trabalhar com outra turma, já que lá tinha esse método de passar todo mundo no final de ano, muitos alunos não buscavam estudar já que todo mundo passava finalmente, apenas eu e mais uns dois alunos buscávamos tirar notas boas já que nossos pais prezavam por notas boas e minha mãe vinha muito na escola saber sobre minhas notas, se eu estava metido em confusão ou não, ela procurava participar ativamente na escola já que eu logo no início fui colocado aos 3 anos para estudar só que não tinha muito o conceito de aprender e não sabia fazer nada daí fui reprovado, também por que eu não possuía a idade certa que era de 4 anos para passar para a próxima série isso sendo visto como um preconceito.
Estudei até a 8ª série no sítio daí quando passei fui estudar meu 1º ano do ensino médio na cidade de Araçagi daí vi que os professores daquela localidade ainda presavam muito por notas e mim dedicava cada vez mais para que eu pudesse surpreender meus pais, confesso que tirei ótimas notas, mas que aprendi muita coisa, mas também decorei muito, já que a ênfase da escola brasileira é notas e não aprendizado, vi que já estava havendo ali naquele ambiente a pressão para que os alunos passassem no ENEM e no PSS, forçando a maioria do pessoal a estudar não para aprender, mas sim, para passar no vestibular, vejamos até o lema “ Vamos estudar para passar no Vestibular” onde está o aprendizado? Ficamos forçados a tirar notas boas nas etapas do Vestibular, que era o exigido pelas escolas, mas nunca falando em aprendizado, só em passar no vestibular, logo com isso com boas notas fui sorteado para estudar em uma escola particular e não pagar nada por isso, no meu 2º ano fui estudar na escola, só que esta possuía um diferencial, o aluno tinha um foco maior, grande auxílio do professor, um suporte que eu nunca havia presenciado um suporte como aquele, no qual tinha foco sim em passar no vestibular só que ao mesmo tempo aprendendo, focando no aluno como peça chave, não procurava nos deixarmos com dúvidas, nos forçava a estudar para a prova, haviam seminários, presenciávamos tecnologia dentro de sala de aula que ajudava e muito na concepção dos conceitos, não tinha mais que copiar os conceitos, só que tudo isso ainda não fugiu da pedagogia tradicional de ensino já que o professor é o detentor do conhecimento, e o aluno deve apenas propagar este conhecimento.
Atualmente estou na faculdade e está tudo da mesma forma a pedagogia tradicional ainda se aplica, pensava antes que a Universidade seria uma instituição diferente, onde tudo fosse diferente já que existem muitos pensadores, mas vejo que nada disso mudou desde meu ensino fundamental até atualmente, onde se prezam muito por notas, tudo é nota, escolha de um bolsista é por nota, aprovação de um TCC é por nota, onde está a análise qualitativa? Tive uma experiência e tanto aqui na faculdade, quando estava no 2º período fui pagar uma disciplina com a professora Y , fui logo ameaçado por parte dos veteranos, que ninguém passava que ela era muito ruim e nem tentasse que não passava daí quando fiz a primeira prova devido a pressão pensei logo, vou estudar para passar na prova, mas quando fiz a prova e recebi o resultado tirei nota 3.6, fiquei chocado com aquela nota, já que eu nunca havia tirado uma nota abaixo de 7.5, quando disse aos meus pais eles ficaram chocados com a nota, com isso fui logo trancar a disciplina.
Mas, isso foi só um ensinamento para mim, pois eu deveria ter estudado mais, eu ainda estava seguindo o ritmo de estudo do ensino médio, logo, resolvi mudar minhas metas de estudo e no período seguinte matriculei a mesma disciplina com a professora eu e mais 7 alunos, pude aplicar minha meta de estudo e obtive ótimos resultados, paguei duas disciplinas com a mesma professora e a menor nota nestas duas disciplinas que conseguir foi 8.5, vendo que tudo está relacionado a notas no sistema de ensino brasileiro e a meta para conseguir ótimas notas é se debruçar diante dos estudos, embora que não seja para aprender, e sim, recordar diante da prova e de algum tempo, embora que depois você esqueça.
Concluo que todo o sistema de ensino utiliza a análise quantitativa para demonstração de dados concretos, sendo estes números bem definidos para geração de gráficos que representem este sistema de ensino. Porém, não adianta falar em números, se não temos qualidade, se não damos ênfase na qualidade. Para mim isto é uma utopia o sistema de ensino brasileiro pensar em quantificar e deixar de lado qualificar.
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